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Classificação Fiscal de Mercadorias: Como Selecionar a NCM Correta

A NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) influencia diretamente nos tributos incidentes, na liberação aduaneira, na conformidade legal e até mesmo na competitividade dos produtos no mercado.

Escolher a NCM correta não é apenas uma obrigação, mas uma decisão estratégica para qualquer empresa que lida com importação, exportação ou movimentação de mercadorias.

Neste artigo, você vai entender o que é a NCM, por que ela é tão importante, quais são os riscos de classificá-la incorretamente e como escolher o código certo para cada mercadoria. Acompanhe até o fim e entenda este aspecto essencial da gestão fiscal e aduaneira.

Imagem cruzeiro do sul com dizer NCM Mercosul.

O que é NCM e por que ela é importante?

O código NCM foi criado com base no Sistema Harmonizado (SH) de designação e codificação de mercadorias, utilizado internacionalmente.

No Brasil e nos países do Mercosul, esse código possui 8 dígitos e é utilizado para identificar a natureza de cada produto comercializado.

A função principal da NCM é padronizar a identificação de mercadorias para fins fiscais, estatísticos e aduaneiros. Com isso, ela define:

  • Alíquota de tributos como II, IPI, ICMS, PIS e Cofins;
  • Necessidade de licenciamento ou anuência por órgãos como Anvisa, Ibama, Inmetro, entre outros;
  • Possibilidade de benefícios fiscais, como isenções e regimes especiais;
  • Adequação ao controle estatístico das operações comerciais.

Riscos de utilizar a NCM incorretamente

Classificar uma mercadoria com a NCM errada é mais comum do que se imagina — e pode trazer graves consequências para a empresa. Veja os principais riscos:

1. Pagamento incorreto de tributos

Uma NCM inadequada pode levar ao pagamento a maior ou a menor de impostos, o que pode gerar prejuízos financeiros ou passivos fiscais.

Em caso de fiscalização, isso pode resultar em autuações, multas e exigência de recolhimento retroativo com juros e correção.

2. Retenção de mercadorias na aduana

Quando a Receita Federal identifica uma possível inconformidade na classificação, a mercadoria pode ser retida para verificação, o que gera atrasos e custos adicionais com armazenagem e demurrage.

3. Perda de incentivos fiscais

Se o produto for enquadrado em uma NCM que não contempla isenções ou reduções de alíquota, a empresa pode perder benefícios fiscais importantes, impactando diretamente na competitividade do preço final.

4. Danos à reputação da empresa

Além dos impactos financeiros e operacionais, o uso recorrente de NCMs incorretas pode comprometer a reputação da empresa junto aos órgãos fiscalizadores, dificultando futuras operações de comércio exterior.

Como escolher a NCM correta?

Diante de tantas implicações, é essencial adotar um processo criterioso para definir a classificação fiscal correta de cada mercadoria. Veja a seguir os principais passos para realizar essa escolha com segurança e precisão.

1. Compreenda bem a mercadoria

O primeiro passo é entender em detalhes o produto que será classificado. Isso inclui:

  • A composição física e química;
  • O uso e aplicação final;
  • O modo de fabricação;
  • Suas características técnicas e funcionais;
  • O setor de atuação em que é comercializado.

Quanto mais informações você tiver sobre a mercadoria, mais assertiva será a classificação.

Em alguns casos, pode ser necessário solicitar ao fornecedor ou fabricante laudos técnicos, manuais ou fichas técnicas para melhor embasamento.

2. Utilize a Tabela NCM/SH

A tabela NCM/SH está disponível publicamente e pode ser acessada por meio do site da Receita Federal ou de plataformas especializadas.

Ela é composta por capítulos, posições, subposições e itens, organizados conforme critérios do Sistema Harmonizado.

Por exemplo:

  • Capítulo 84: Máquinas e aparelhos mecânicos;
  • Posição 8471: Máquinas automáticas para processamento de dados;
  • Subposição 8471.30: Portáteis, com peso inferior a 10 kg;
  • Item completo: 8471.30.19 outros — notebooks.

A leitura dessa tabela requer atenção, pois pequenas variações entre produtos semelhantes podem implicar em códigos diferentes.

3. Consulte a Nesh (Notas Explicativas do Sistema Harmonizado)

A Nesh é uma publicação da Organização Mundial das Alfândegas (OMA) que explica em detalhes o conteúdo de cada código do Sistema Harmonizado, trazendo exemplos e critérios técnicos de classificação.

Essa ferramenta é essencial para tirar dúvidas em casos de mercadorias complexas ou de múltiplas aplicações.

4. Utilize soluções digitais e classificadores automáticos

Hoje, o mercado conta com plataformas digitais de classificação fiscal, que auxiliam na busca da NCM correta por meio de palavras-chave, inteligência artificial ou cruzamento com catálogos. Essas ferramentas podem aumentar a agilidade e reduzir os erros de classificação.

No entanto, é importante lembrar que a tecnologia deve complementar e não substituir o conhecimento técnico. Sempre que possível, a validação por um profissional é recomendada.

5. Consulte um classificador fiscal ou especialista em comércio exterior

Em situações mais complexas, como mercadorias compostas, kits, insumos ou produtos com usos diversos, o ideal é consultar um especialista em classificação fiscal. Esse profissional possui conhecimento técnico e experiência para interpretar corretamente a legislação e evitar problemas futuros.

Boas práticas na gestão da NCM

A escolha da NCM correta deve ser encarada como um processo contínuo, que envolve atualização constante e revisão periódica. Algumas boas práticas que sua empresa pode adotar incluem:

  • Auditorias internas regulares para revisar as NCMs utilizadas;
  • Criação de um banco de dados interno padronizado com os códigos aplicáveis aos produtos;
  • Treinamento de equipes fiscais e de compras para garantir alinhamento nas decisões;
  • Acompanhamento das alterações legais e atualizações do Sistema Harmonizado, que ocorrem periodicamente.

Além disso, é importante manter uma boa governança de dados fiscais dentro dos sistemas ERP e plataformas de gestão. Isso garante que as informações corretas sejam transmitidas em todas as etapas da operação.

Conclusão

A correta classificação fiscal de mercadorias é essencial para garantir conformidade com a legislação, evitar penalidades e otimizar os custos tributários e logísticos.

Como vimos, escolher a NCM adequada exige atenção, conhecimento técnico e, muitas vezes, o suporte de especialistas.

É nesse ponto que a MK Trading pode ser uma grande aliada. Com ampla experiência em comércio exterior e classificação fiscal, a empresa oferece consultoria especializada para que sua operação seja mais segura, eficiente e estratégica.

Se você busca precisão na escolha da NCM e tranquilidade nas suas operações de importação ou exportação, conte com a expertise da MK Trading para fazer a diferença no seu negócio.

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